Pontos Principais
- A produção de açúcar no CS Brasil deve ser recorde essa safra.
- As nomeações de açúcar em outubro já atingiram 3mi toneladas.
- O tempo de espera para atracar bateu 16 dias.
Até o final de setembro, o CS Brasil produziu 32.6mmt de açúcar, um recorde para este ponto da safra. Dependendo do clima de agora em diante, as usinas na região podem chegar a 40mi toneladas de produção – um patamar nunca atingido.
Com a produção avançando tão bem, como a logística tem se comportado?
Todas as imagens abaixo são do nosso Brazil Port Logistics Dashboard, explore os dados no Czapp.
Acreditamos que a elevação de açúcar nos portos é limitada a 2,7mi ton. por mês. Mas esse patamar foi quebrado em setembro. Os terminais TAC (Copersucar), Tiplam e Pasa exportaram mais que ano passado e o clima também foi mais seco, permitindo que o carregamento de açúcar fosse feito sem grandes interrupções.
No entanto não podemos contar com a mesma sorte do mês passado. O último line up mostrou que em uma semana mais de 1mi ton. foram nomeadas, levando as nomeações totais em outubro para 3mi ton. – isso já na primeira semana. Assumimos que a maior parte desse volume esteja relacionado à expiração recorde do contrato de açúcar de outubro. O tempo de espera para atracar subiu para 16 dias, resultando em uma conta de USD 400mil de demurrage.
Após um começo fraco em julho, as exportações de milho têm aumentado. Mês passado, 4,1mi ton. foram exportadas por Santos (duas vezes o volume do ano passado) e 2,9mi ton. já estão nomeadas para outubro – 16% a mais que o volume exportado em 2023.
Um volume maior de milho descendo para Santos significa competição com açúcar por frete, refletido no aumento dos valores de frete. Na primeira semana de outubro, as usinas já reportavam dificuldade em achar caminhões para Santos e o frete de Ribeirão Preto para o porto subiu 5% – ultrapassando o nível do ano passado. E para completar, ainda tem um resquício de soja sendo exportado.
O frete de açúcar deve continuar a subir neste último trimestre do ano. As exportações de milho devem permanecer fortes até dezembro e competir com o açúcar que precisa ser exportado.
Embora ano passado o frete tenha caído até dezembro, era mais relacionado a redução no preço do diesel que volume de exportação. Como o diesel representa 60% da composição do frete, qualquer mudança tem um impacto expressivo.
Este ano, o preço do diesel já está 12% abaixo do benchmark internacional. A não ser que o BRL fortaleça ou preço do petróleo caia, é difícil contar com essa variável reduzindo custos logísticos.
