Pontos Principais

  • Preço do etanol retrai 20% no último mês.
  • Mesmo com a queda, etanol segue sem competividade contra a gasolina.
  • Usinas estão buscando alternativas na estratégia de venda do biocombustível

Após as mudanças tributarias e o reajuste da Petrobras no preço da gasolina em julho, o preço do etanol desde então vem presenciando um movimento de queda livre.

O preço do hidratado se desvalorizou 20% no último mês, indo de BRL3/litro para BRL2,42 – base PVU, líquido de impostos.

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O principal motivo é a paridade de preços nos postos de combustíveis. Mesmo com a queda, o etanol não retomou sua competitividade contra a gasolina.

Hoje no estado de São Paulo a paridade nas bombas está em 71%, valor que tem se mantido neste patamar há pelo menos um mês.

Com o biocombustível a BRL2,42/litro na usina, se tudo o mais mantido, se esperava que a paridade caísse para 68% na próxima semana. Mas hoje tivemos uma notícia que a Petrobras fez mais uma redução no preço da gasolina. O resultado deve ser mais pressão para o preço do etanol e mais demora para a paridade cair para menos de 70%,

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Único estado que o preço do etanol está mais atraente que o da gasolina é o Mato Grosso com a paridade nas bombas com uma média de 67%.

No entanto, a representatividade do estado para o biocombustível é pequena, com um consumo de etanol em torno de 5% em relação a demanda total do país.

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Outro fator para a paridade estar demorando para cair são as margens dos postos. Dados da ANP mostram que em julho a diferença entre o preço das distribuidoras e o preço nas bombas havia subido para mais de 0,6/litro – a média geralmente fica por volta de 0,35/litro. Isso deixa ainda mais devagar a resposta do etanol nas bombas.

Com o etanol em desvantagem, as vendas de hidratado pelas usinas do Centro-Sul vem caindo desde o início de julho.

No último relatório quinzenal da única, foram registrados 645 mi litros de etanol vendidos na primeira metade de agosto – 6% a menos que 1Q agosto 2021.

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Com os preços de etanol insatisfatórios, as usinas estão buscando alternativas por melhores retornos com venda do etanol.

Algumas usinas estão optando por carregar o etanol e vender na entressafra com esperança do preço do bicombustível recuperar.

No entanto, a realidade é incerta pois não necessariamente os preços do etanol na entressafra vão recuperar de maneira significativa para o conseguir compensar o custo de carrego em meio as taxas de juros altas.

Uma outra alternativa, para algumas usinas, está sendo a exportação do biocombustível.

Segundo a Comex, foram exportados 197 milhões de litros de etanol em julho. Já para o mês de agosto, o line up mostra em torno de 234 milhões de litros nomeados em agosto.

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No entanto, exportação de etanol é complexa, sobretudo para Europa onde tem uma demanda pelo biocombustível, visto que poucas usinas conseguem produzir etanol anidro padrão europeu e menos ainda possuem os certificados exigidos.

Para se ter uma ideia hoje apenas 62 usinas estão certificadas para exportar para Europa.

Preocupações à Frente

Para piorar a situação do biocombustível, a Petrobras anunciou que a partir de amanhã (02/09) os preços da gasolina na refinaria serão reduzidos em 7%.

Tudo isso implica em uma visão baixista e para etanol, forçando o biocombustível a cair mais ainda para ganhar competividade com a gasolina.

Resta saber agora qual será o piso dos preços do biocombustível para os próximos meses.

Mas isso discutiremos em breve em um próximo relatório.

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