Pontos Principais
O milho em Chicago caiu em meio ao aumento da área cultivada e preocupações com tarifas. Os grãos europeus caíram, mas tiveram perdas menores do que os equivalentes de Chicago. Espera-se que o mercado encontre suporte após o lançamento do relatório WASDE da próxima semana.
O milho em Chicago despencou devido a um aumento acentuado na área esperada para a nova safra e temores de retaliação tarifária, com o trigo seguindo o exemplo. Os grãos europeus também seguiram o mercado dos EUA, mas tiveram perdas mais brandas.
Após a liquidação da semana passada, espera-se que o mercado encontre um novo patamar entre a grande produção projetada para a nova safra e os estoques finais limitados da safra atual.
O relatório WASDE de março deve ser divulgado na próxima terça-feira, e continuamos a prever uma redução no carry de milho dos EUA, assim como estimativas de produção mais baixas para o Brasil e a Argentina, o que deve oferecer algum suporte ao mercado. O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) tende a ser excessivamente otimista em suas estimativas iniciais de área cultivada, então esperamos uma revisão para baixo dos números, embora essa correção leve tempo.
Não há alteração em nossa previsão para o milho de Chicago para a safra 2024/25 (setembro/agosto), que deve ter uma média de USD 4,55/bushel. O preço médio desde 1º de setembro está atualmente em USD 4,40/bushel.
Preços do Milho Despencam
O milho de março foi vendido em baixa desde a abertura da semana passada e caiu a cada dia, fechando a semana quase 8% mais baixo, impulsionado pelas expectativas de aumento da área plantada, que o USDA confirmou na quinta-feira.
A semana passada trouxe apenas notícias pessimistas para o milho. Combinado com as grandes posições especulativas líquidas longas, isso desencadeou uma liquidação longa significativa, exagerando um pouco a correção. Os mercados externos também estavam pessimistas, com petróleo bruto e ações caindo. Não houve nada para dar suporte ao milho e evitar seu declínio semanal acentuado.
Além da especulação sobre o tamanho da área cultiva, que foi posteriormente confirmado, as inspeções de exportação publicadas na última segunda-feira mostraram uma queda de 30% semana a semana, bem abaixo das expectativas. Isso refletiu que o recente aumento deixou os valores FOB muito caros para o mercado mundial.
Enquanto isso, as condições climáticas melhoraram no Brasil e na Argentina, permitindo um avanço significativo no plantio do milho Safrinha no Brasil. Ao mesmo tempo, o presidente Trump restabeleceu tarifas sobre o México e o Canadá, com efeito nesta semana, com medidas semelhantes planejadas para a UE e a China em breve.
Na última quinta-feira, o USDA projetou a nova safra em 94 milhões de acres, em comparação com os 93,5 milhões de acres esperados. Isso também marca um aumento de 3,8% ano a ano na área plantada. Com uma tendência de rendimento de 181 bushels/acre, a produção está prevista em 15,59 bilhões de bushels. O carry de milho agora é esperado em 1,97 bilhões de bushels, acima dos 1,54 bilhões da safra atual, traduzindo-se em uma relação estoque-uso de 13%.
Fonte: USDA
No Brasil, a colheita de soja teve um progresso significativo, atingindo 36,4%, próximo à conclusão de 38% do ano passado, e aliviando as preocupações sobre atrasos no plantio do milho Safrinha. Agora, está em 53,6%, refletindo um aumento semanal de 18 pontos, em comparação com 59% no ano passado.
Enquanto isso, a colheita de milho na Argentina começou e agora está 5,4% concluída. A condição da safra melhorou, com 71% classificada como boa ou excelente, acima dos 69% da semana anterior.
USDA Aumenta Previsão da Área Plantada de Trigo
Os preços do trigo foram pressionados para baixo pelo milho e pela redução das preocupações com as perdas de inverno nos EUA e na região do Mar Negro, com o retorno do clima mais ameno.
O USDA projetou 47 milhões de acres para a nova safra, acima dos 46,1 milhões da última safra. Isso levaria a 1,93 bilhões de bushels de produção, abaixo dos 1,97 bilhões da safra atual devido ao menor rendimento.
Na França, a condição do trigo é classificada como 73% boa ou excelente, queda de 1 ponto em relação à semana anterior, mas acima de 68% no ano passado.
Temperaturas mais quentes do que a média são esperadas nos EUA, levando à secagem líquida. A Argentina deve receber chuvas favoráveis, mas as temperaturas permanecerão muito quentes. O Brasil também deve esperar tempo chuvoso, embora não em toda a região centro-sul, e a área plantada também permanecerá quente. Condições secas e quentes são esperadas em toda a Europa, incluindo a região do Mar Negro.