El Niño ou La Niña?
El Niño e La Niña são partes do mesmo fenômeno atmosférico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial. O principal medidor para identificar o fenômeno climático é a oscilação de temperatura (aquecimento ou resfriamento) das águas do Oceano Pacífico.
Quando a temperatura da superfície do mar (TSM) da região El Niño 3.4 (localizado mais ou menos no centro do Oceano Pacífico) está acima 0.5ºC da média por três meses, temos El Niño. E quando a temperatura na mesma região está 0.5ºC abaixo do normal por três meses, temos La Niña
Em suma…
- se TSM na região El Niño 3.4 está 0.5ºC acima da média = El Niño
- se TSM na região El Niño 3.4 está 0.5ºC abaixo da média = La Niña
Movimentação dos ventos em condições normais
Em condições normais, os ventos alísios (massa de ar quente e úmida) no Oceano Pacífico carregam a água quente da costa americana em direção ao oeste até atingir o Sudeste Asiático.
Quando atinge o Sudeste Asiático, essa água quente favorece a formação de chuvas na região.
Condições normais
Fenômeno de ressurgência
Ao mesmo tempo que as águas quentes são levadas para o oeste pelos ventos, as águas frias profundas emergem na costa americana, ocorrendo o fenômeno chamado de ressurgência.
Como ocorre El Niño?
O El Niño acontece quando essa massa de ar perde intensidade. Com a menor intensidade dos ventos, menos água quente é deslocada para o oeste e menos água fria do fundo do oceano vem para a superfície.
Com isso, a temperatura média da superfície do Oceano Pacífico Equatorial fica mais quente se comparada a condições normais.
Movimentos em um ano de El Niño
Como ocorre La Niña?
O fenômeno La Niña é o oposto do El Niño. Ocorre quando os ventos alísios se fortalecem intensificando o transporte de água em direção ao Sudeste Asiático.
Portanto, há aumento na quantidade de água fria na costa americana e com isso a temperatura superficial do Oceano Pacífico fica mais fria que a média.
Movimentos em um ano de La Niña
El Niño e La Niña impactam na temperatura global
A análise da ocorrência destes fenômenos nos leva a acreditar que o El Niño/ La Niña acontecem de uma forma relativamente cíclica, em média a cada 2 a 8 anos.
É provável que este fenômeno já aconteça há milhares de anos, sem a interferência do homem. Mas estudos recentes indicam que as mudanças climáticas parecem aumentar sua frequência.
Em anos de El Niño, temos temperaturas mais quentes, e em anos com La Niña temos o inverso, temperaturas mais frias.
No final de 2014, começou o mais forte El Niño já registrado, que se estendeu até o início de 2016. Como consequencia, 2015 bateu o recorde como o ano mais quente na história (em vermelho no gráfico acima). (mudar os graficos)
Impactos do El Niño ou La Niña no Brasil
O Brasil é banhado apenas pelo Oceano Atlântico, mas ainda assim sofre influência do que acontece no Oceano Pacífico. Durante os eventos de El Niño ou La Niña, temos mudanças nos padrões de chuvas e temperaturas por todo país (em detalhes abaixo).
Dado o excesso de chuva ou da seca prolongada, a agricultura e o mercado agrícola são afetados diretamente. Os fenômenos podem acontecer a qualquer momento do ano, quando a temperatura da região El Niño 3.4 fica acima/abaixo (El Niño/La Niña respectivamente), mas vemos com mais intensidade e de forma mais perceptível durante o verão (dez a fev) e inverno (jun a ago), no hemisfério sul.
O El Niña/La Niña tem impactos bem definidos no padrão de precipitação no Sul e no Norte do país. Porém, o Sudeste e Centro-Oeste estão na área de transição entre duas zonas diretamente afetadas pelo fenômeno de maneiras distintas. Por isso, é difícil confirmar a relação e não há um consenso sobre os impactos em termos de chuvas nestas áreas – os efeitos são mensurados caso a caso e depende muito da intensidade do fenômeno.
El Niño
O El Niño resulta em um aumento das temperaturas médias em todo o país, principalmente no Sul e Sudeste.
Na região Sul, há também uma intensificação das chuvas, o que pode ser benéfico para o desenvolvimento das culturas. Porém, caso o El Niño ocorra durante o período de colheita, a precipitação maior pode atrapalhar as operações no campo.
Já nas regiões Norte e Nordeste, há uma diminuição de chuvas o que pode resultar em secas e maior risco de incêndios.
No Sudeste e Centro-Oeste, não há um efeito claro das precipitações, portanto, o resultado do efeito deve ser analisado caso a caso. Por exemplo, o último El Niño forte registrado entre março de 2015 e junho de 2016, o estado de Minas Gerais (localizado no CS) se beneficiou com o aumento moderado das chuvas em algumas áreas o que ajudou a minimizar os efeitos do deficit hídrico ocorrido na safra anterior (2014/15). Durante o mesmo período, o estado do Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), sofreu com o excesso de chuvas principalmente em julho/2015 que impactou diretamente a concentração de sacarose (ATR) e também reduziu o número de dias úteis de trabalho.
La Niña
O fenômeno La Niña, como já dito anteriormente, apresenta um comportamento inverso do El Niño.
Ou seja, no Sul do país, a temperatura tende a ficar mais fria e com precipitação menor que o normal.
Já para as regiões Norte e Nordeste, é observado precipitação acima da média.
No Sudeste, o fenômeno La Niña normalmente causa uma moderada queda na temperatura da região. Mas, não apresenta um padrão característico de mudança de precipitação, dependendo muito da intensidade do fenômeno. Entretanto, tomando como referência os últimos eventos de La Niña ocorrido entre os anos de 2010-2012 e o mais recente em 2020, a estiagem foi sentida na região impactando na produtividade agrícola de diversas culturas - entre elas a cana de açúcar.
No Centro-Oeste, temos efeitos amenos tanto em temperatura e chuva, porém com tendência para secas, assim como vistas em 2010 e 2012.
De forma extremamente simplificada, o fenômeno de El Niño e La Niña resultam nos seguintes efeitos no território brasileiro:
This Czapp Explainer was Published on the 15th November 2021.
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