Um impasse que começou em dezembro de 2021 aparentemente teve seu desfecho quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu aos pedidos da União e derrubou as liminares de sete das 17 termelétricas que venceram o leilão de reserva de capacidade apesar de terem o Custo Variável Unitário (CVU) superior ao teto do edital, de R$ 600/MWh. Será que vem recurso?
Na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a discussão sobre a segurançado mercado de energia livre ganhou mais um capítulo, com a recomendação deabertura de consulta pública para aprimoramento dos processos de monitoramento e de salvaguardas financeiras do mercado de energia elétrica. Segundo a proposta, não será necessária uma análise de impacto regulatória previa.
Ah! Também teve notícia sobre o chamado Linhão do Tucuruí. A TNE, pediu novamente um aumento da receita anual permitida (RAP), mas teve o recurso negado e uma determinação de que siga o compromisso tratado em um processo de arbitragem.
Mas nem toda demora é permanente. Com sete anos de atraso, a Renova Energia finalmente iniciou a operação de Alto Sertão III, na Bahia.
E falando no que ficou para trás, esse parece ser o caso da crise hídrica. Em março, a geração térmica e importação do Sistema Interligado Nacional (SIN) alcançou o menor montante desde setembro de 2021, atingindo 6.573 MW médios. A carga também voltou a crescer e deve fechar o mês de março com crescimento de 1,5% no Sistema Interligado Nacional.
Ainda falando de Brasil, muitas empresas publicaram seus resultados referentes ao 4º trimestre de 2021. A semana começou com a Eletrobras, que viu uma queda de 52% no seu lucro por conta de provisões relacionadas à inadimplência da Amazonas Energia e passivos da Santo Antonio Energia, na qual tem participação societária por meio de Furnas.
A Vibra Energia, que acaba de fechar a compra de uma fatia do Grupo Comerc – do qual faz parte a MegaWhat -, aproveitou a divulgação dos seus resultados para fazer um alerta para os efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia no mercado de distribuição de combustíveis. A companhia assegurou que, embora o mercado de importação de derivados esteja “apertado”, não tem havido desabasecimento, e todas as cargas contratadas estão chegando no país.
A semana também contou com o resultado da estatal paranaense Copel, que terminou 2021 com quase R$ 4 bilhões em caixa e busca oportunidades de investimento no mercado, e da Eneva, que acaba de concluir a compra da Focus Energia e prevê ampliar a carteira por meio de participações em leilões de energia nova. Quem também fez uma aquisição recentemente foi a Equatorial, que espera o melhor momento para explorar o portfólio da Echoenergia.
A Energisa também trouxe novidades, e anunciou investimentos pesados nos negócios não regulados do grupo, incluindo geração distribuída, geração de renováveis para o mercado livre, comercialização de energia e serviços de valor agregado.
O que mais foi destaque na semana?
No contexto internacional, os conflitos no leste europeu continuam a fazer manchetes e ditar aumentos no preço do petróleo no mercado internacional:
G7 faz reunião emergencial e anuncia apoio a países que reduzirem dependência energética da Rússia
Espanha e França concordam com intervenção no mercado de energia para conter alta nos preços
TotalEnergies aumenta investimentos para reduzir emissões nos próximos três anos
Oleoduto entre Rússia e Cazaquistão sofre danos e faz disparar preço do óleo
Brasil vai aumentar produção de óleo em 10% até o fim de 2022, diz ministro