Principais Pontos
Durante junho, o Brasil enfrentou chuvas abundantes no Sul e seca generalizada no restante do país, levando à redução dos reservatórios. O mercado de energia refletiu essas condições com preços elevados devido à escassez de chuvas, projetando aumento contínuo até o final do ano.
Balanço do Brasil
Durante o mês de junho, as chuvas com elevados níveis de acumulado continuaram a ocorrer na região Sul, porém em menor intensidade do que no mês anterior. No restante do país, foi registrado um cenário de seca generalizada, resultando na redução dos reservatórios. Na região Sudeste/Centro-Oeste, foram observadas temperaturas elevadas, sendo junho o mais quente da história, e a ausência de precipitações consideráveis levou a valores baixos de energia natural afluente (ENA) para o período.
No subsistema Sul, a ENA continua a atingir valores altos. Especificamente no estado do Rio Grande do Sul, as chuvas intensas e contínuas persistiram ao longo de todo o mês. Nas regiões Nordeste e Norte, foram registradas chuvas leves e esparsas, com maior incidência na porção extrema do Norte, resultando na redução da energia afluente para níveis próximos das mínimas dos últimos 5 anos para o mês.
Apesar de ainda permanecerem em níveis elevados e confortáveis para operação, os reservatórios começaram a registrar quedas ao longo do mês, devido as secas nas regiões centrais do país. Ao final de junho, o %EAR max (Armazenamento Máximo de Energia) foi de -3,72 p.p para o Sudeste, -6,69 p.p para o Sul, -5,24 p.p para o Nordeste e -5,01 p.p para o Norte. Para o encerramento de julho, prevê-se o %EAR máx em -5,6 p.p para o Sudeste, -12,6 p.p para o Sul, -5,9 p.p para o Nordeste e -1,0 p.p para o Norte.
No final de junho, ocorreram 4 dias de descolamento do piso do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), devido à ausência de chuvas e à rampa de carga no horário de ponta, resultando em um PLD médio mensal consolidado de 66,41 R$/MWh.
Com o cenário de seca observado nos mapas e os despachos de curto e médio prazo precificando acima do piso, os preços de mercado continuaram a subir, e as projeções dos modelos indicam que isso deve continuar até o final do ano.
Previsão de chuva
Para os próximos 15 dias, são esperadas precipitações consideráveis apenas na porção Sul e nas partes mais ao sul do estado de São Paulo, enquanto as demais regiões devem permanecer secas.
Além disso, algumas regiões do Pacífico já começaram a registrar temperaturas negativas, indicando o início do fenômeno La Niña.