Pontos Principais
Novembro trouxe chuvas volumosas nas principais bacias do SIN, após meses de baixos índices pluviométricos. Projeções de preços no mercado de energia caíram devido à melhora das chuvas. Para dezembro, espera-se um padrão chuvoso mais intenso na segunda quinzena.
Balanço do Brasil
Diferente do padrão observado nos meses anteriores, quando foram verificadas chuvas abaixo da média climatológica em quase todas as bacias hidrográficas do país, com exceção da segunda quinzena do mês de outubro, Novembro apresentou um padrão de chuvas volumosas sobre as principais bacias do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente ao longo dos primeiros 20 dias.
Com a melhora do cenário de chuvas sobre o SIN durante o mês de novembro, a hidrologia apresentou valores que excederam a Média de Longo Termo (MLT). Enquanto em setembro e outubro, a Energia Natural Afluente (ENA) do SE/CO fechou em 49% e 59% da MLT, respectivamente, o novembro atingiu o valor médio de 111% da MLT. Os subsistemas Nordeste (NE) e Norte (N) também apresentaram melhora, saindo da casa dos 40% e 45% da MLT em outubro para 72% e 64% da MLT no mês seguinte, respectivamente.
Além disso, como consequência de sistemas meteorológicos avançando na altura do Sudeste, observou-se a entrada de ar frio após a passagem de frentes frias e de ocorrência de dias com maior presença de nebulosidade, favorecendo temperaturas máximas mais próximas à média, o que contribuiu para menor variação na carga (somatório de consumo e perdas) verificada em relação à carga prevista pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Para efeitos de comparação, a carga verificada para o SE/CO em setembro ficou 8,5% acima da prevista no planejamento 2024-2028 do ONS, enquanto a carga verificada em outubro apresentou desvio positivo de 3,0% ante ao previsto. Já a carga verificada de novembro ficou 1,7% abaixo do previsto. Além disso, a energia armazenada nos reservatórios (EAR) do SE/CO chegou a 42,6% em 01/12, recuperando 2,4 p.p. e, relação à 01/11, após redução de 15,3 p.p. nos 2 meses anteriores.
A variação da Energia Armazenada (EAR) dos subsistemas entre 01/11 e 01/12 ficaram em:
Comportamento de Mercado e Preço de Liquidação das Diferenças (PLD)
As projeções de Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), realizadas pelos players do mercado, foram apresentando cenários mais baixos para os produtos de Curto Prazo desde a primeira quinzena de outubro, resultado das chuvas observadas que ainda eram irregulares e mais presentes no subsistema Sul.
À medida que as previsões meteorológicas, gradualmente, foram indicando uma melhora no cenário de chuva sobre o Sudeste ao longo da segunda quinzena daquele mês, as projeções de novembro e dezembro passaram a indicar possibilidade de PLD mais baixo, o que impactou em redução os preços negociados dos produtos de 4º trimestre de 2024 e 1º e 2º semestres de 2025.
O PLD médio de Novembro ficou em:
- Sudeste/Centro-Oeste: R$ 103,51/MWh
- Sul: R$ 103,51/MWh
- Nordeste: R$ 102,14/MWh
- Norte: R$ 103,66/MWh.
Nos últimos dez dias de outubro e a continuidade deste padrão ao longo de novembro, com as chuvas passando a performar e as vazões começando a apresentar sinal de elevação, incluindo replecionamento ainda tímido dos níveis dos reservatórios do SE/CO, as projeções contribuíram para redução ainda mais significativa dos preços de mercado. Os produtos Nov/24 e Dez/24 (Curto Prazo) apresentaram redução de mais de R$ 300,00/MWh e R$ 230,00/MWh, respectivamente, entre os dias 01/10 e 29/11. Os produtos de Médio e Longo prazo também apresentaram redução, mas menos significativa do que os produtos de Curto Prazo.
Previsão de Chuvas
Do ponto de vista climatológico, o mês de dezembro é marcado pelo início do verão e estabelecimento da estação chuvosa. O pessimismo das previsões meteorológicas (curto prazo) e climáticas (médio prazo) por parte do mercado nos meses anteriores deu lugar a um cenário mais otimista para ocorrência de eventos chuvosos ao longo deste mês.
No entanto, o padrão chuvoso sobre as áreas de interesse pode ser mais favorável na segunda quinzena para essas regiões, enquanto a primeira quinzena deve ser marcada por eventos de chuva mais frequentes sobre o Centro-Sul, podendo frustrar as expectativas mais otimistas de elevação dos níveis dos reservatórios.
Mesmo assim, o cenário é de um padrão de precipitação dentro da normalidade, com alguns dias de temperaturas elevadas sobre o Sudeste. As projeções hidrológicas têm indicado cenários de ENA do mês em torno de 80-90% da MLT para o Sudeste/Centro-Oeste.
