Pontos Principais
A Índia e o Peru enfrentam problemas de produção de manga este ano. O Brasil aumentou sua presença no mercado de exportação de manga.
A Europa tem apetite por manga
A Holanda é o principal comprador do Peru, absorvendo 40% do total das suas exportações. Na verdade, a Europa é o segundo maior importador de mangas frescas do mundo, atrás apenas dos EUA.
Os EUA compram manga principalmente do México. Cerca de 90% das exportações de manga do México são vendidas para os EUA devido às condições comerciais favoráveis.
Fonte : Camarada da ONU
A procura de mangas na Europa é estável e tem vindo a crescer há vários anos. Países como o Brasil e o Peru continuam a ser os fornecedores dominantes. Dadas as dificuldades climáticas do Peru, o Brasil interveio para preencher as lacunas no mercado europeu.
Apesar de ocupar o sexto lugar mundial em produção total, o Brasil é um grande exportador, tendo a Europa como seu principal mercado. A Holanda, um importante ponto de entrada, recebe quase metade das exportações do Brasil.
Fonte : Camarada da ONU
Climas favoráveis, irrigação avançada e pesquisas contínuas garantem uma produção consistente e um futuro brilhante para as mangas brasileiras. O Brasil agora pode oferecer disponibilidade o ano todo. Notavelmente, o Brasil exporta quatro variedades distintas: Palmer, Keitt, Tommy Atkins e Kent. Em contrapartida, o Peru concentra-se nas mangas Kent para o mercado europeu.
O Brasil exportou um recorde de US$ 315 milhões em 2023. Esse aumento é alimentado pelo Vale do São Francisco, no Nordeste, hoje a fonte dominante de manga para exportação brasileira, respondendo por cerca de 90%. Bahia e Pernambuco lideram a produção na região, cada um contribuindo com quase metade de todas as frutas destinadas à exportação.
Américas produzem abastecimento mundial
A Índia é o maior produtor de polpa/concentrado de manga do mundo, respondendo por aproximadamente 50% da produção global.
Fonte : FAOSTAT
Existem vários desafios enfrentados pela colheita de manga do sul da Índia este ano, como condições climáticas extremas, floração tardia e pragas. Como resultado destes factores, espera-se que o rendimento deste ano seja menor, prevendo-se que a produção seja de apenas 30% da do ano anterior, de acordo com um produtor indiano de manga.
No entanto, de longe os maiores exportadores estão na América Latina. Em 2022, o México exportou mais de 447.500 toneladas de manga, enquanto o Peru e o Brasil exportaram juntos cerca de 470.000 toneladas. Isto significa que é muito mais provável que os problemas nestes países produtores tenham impacto nos preços internacionais, embora as preocupações com a oferta na Índia também possam pesar.
Fonte : Camarada da ONU
A boa notícia é que a safra mexicana de 2024 parece promissora. Porém, o Peso Mexicano está muito firme no momento, resultando em custos de produção mais elevados.
Fonte : St. Louis Fed
Para esgotar os stocks da época passada antes da nova colheita, os processadores estão a oferecer concentrado de manga a preços ligeiramente mais baixos. Esta é uma boa notícia para os compradores da UE e dos EUA.
Contudo, os produtores de manga do Peru enfrentam uma época decepcionante. As exportações caíram mais de 65% em relação ao ano passado, com apenas 80 mil toneladas embarcadas. Este declínio nas exportações deve-se em grande parte às condições climáticas extremas, que estão a restringir as flores de manga e a provocar frutos precoces.
O Peru é particularmente suscetível aos impactos do padrão climático El Nino, visto que o fenômeno ocorre na costa do Pacífico do Equador. O fenómeno 2023-2024 tem sido um dos mais fortes da história recente e, embora esteja a desaparecer neste momento, a sua influência não está.
Temperaturas recordes são esperadas nos próximos meses. Embora o El Niño enfraqueça, ainda pode ter enormes impactos nos sistemas climáticos.
Considerações finais
- Com a Índia e o Peru enfrentando desafios de produção, o Brasil está se esforçando para atender à demanda europeia.
- À medida que o padrão climático El Nino muda para La Nina, o clima no Peru pode tornar-se mais favorável para o cultivo da manga – embora os desafios relacionados com o clima possam continuar a curto prazo.
- Embora o México tenha uma colheita promissora, um peso mexicano forte poderá levar a custos de produção mais elevados para os exportadores.
- Todos estes factores podem significar que os produtores brasileiros têm uma oportunidade de ouro para dominar o mercado europeu de manga.