Pontos principais
- O Ministério de Minas e Energia (MME) espera realizar em outubro o leilão emergencial de reserva.
- Diante do agravamento da crise hídrica, geradores responderam ao Operador Nacional do Sistema (ONS) sobre a possibilidade de flexibilização do nível mínimo de geração em sete reservatórios da bacia do Paraná
- No próximo ano, as tarifas de energia podem aumentar, em média, em até 5%, sem considerar a inflação
Uma semana a todo o vapor…
Falando em dinâmica, o Ministério de Minas e Energia (MME) espera realizar em outubro o leilão emergencial de reserva, com empreendimentos que iniciem a operação no início de maio de 2022 e garantam o suprimento até dezembro de 2025. A secretária-executiva da pasta, Marisete Pereira, disse à MegaWhat que há possibilidade de entrega antecipada da geração, desde que seja matendidas as condições necessárias, como licenciamento ambiental, capacidade de escoamento e ponto de conexão.
Outro leilão de reserva de capacidade, que já estava marcado para 21 de dezembro, contou com o cadastramento de 132 projetos e mais de 50 GW de capacidade instalada. Do total da potência, cerca de 47 GW são de termelétricas a gás natural, e mais de 9,4 GW são de usinas existentes.
Enquanto essa nova potência não entra para o sistema, e diante do agravamento da crise hídrica, geradores responderam ao Operador Nacional do Sistema (ONS) sobre a possibilidade de flexibilização do nível mínimo de geração em sete reservatórios da bacia do Paraná.
Mas dois novos (e aguardados) fôlegos para o sistema chegaram essa semana. A termelétrica GNA I, com mais de 1,3 GW de potência, foi liberada para operação comercial nesta quinta-feira, 16 de setembro, e o programa de redução voluntária da demanda dos grandes consumidores, recebeu uma boa demanda, segundo o mercado, e pode ter vindo para ficar, sendo uma medida além da crise hídrica.
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), inclusive, divulgou a adesão ao programa, sem gerar qualquer impacto na produção de alumínio. Neste segundo semestre, a empresa prevê a manutenção do consumo de energia em torno de 700 MW médios.
E com os recursos que já estão sendo arrecadados, as tarifas de energia podem aumentar, em média, em até 5%, sem considerar a inflação, no próximo ano, de acordo com cálculos da PSR, taxa relativamente mais baixa de aumento do que a prevista inicialmente.
No entanto, para especialistas, o governo está negligenciando um grande potencial para combater a crise hídrica e reduzir os custos: ações de eficiência energética. Apenas a implementação de uma periodicidade adequada da revisão dos padrões de eficiência energética de geladeiras e aparelhos de ar-condicionado resultaria numa economia de cerca de 1,4 MW médios, equivalentes a 25,3% dos 5,5 MW médios estimados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) como necessários para evitar um racionamento nos próximos meses.