- Rumores sugerem que a Petrobras poderá em breve ajustar os preços da gasolina para cima.
- Os preços foram elevados pela última vez em meados de janeiro, quando o petróleo bruto estava em US$ 85/bbl.
- Um preço mais alto da gasolina poderia incentivar as usinas a produzir mais etanol, não açúcar.
O custo da Guerra
- Nos últimos meses, com o retorno das atividades e fim dos lockdowns, o preço do petróleo vem se fortalecendo.
- Este cenário se agravou com a intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia
- Diante das tensões geopolíticas, o preço do petróleo Brent teve um aumento ainda mais expressivo passando a ser negociado acima dos USD110/barril. – subiu de 38% em 30 dias.
- No entanto, o mercado doméstico não subiu no mesmo ritmo que o mercado internacional. Pelo contrário segue sem nenhum ajuste
- O último ajuste no preço da gasolina feito pela Petrobras foi no dia 12 de janeiro quando o Brent estava em US$ 85/bbl.
- Dessa forma, hoje a defasagem do preço da gasolina doméstica na refinaria se acentuou e está 20% abaixo do preço internacional.
Seguindo a Paridade Internacional
- Caso a Petrobras faça um reajuste seguindo integralmente a paridade internacional, o preço da gasolina nas refinarias poderia chegar a BRL 4/litro. – Hoje está por volta de BRL 3.26/litro
- Um aumento do preço na refinaria seria repassado para o consumidor final nos postos de gasolina, permitindo que o etanol ganhe competitividade.
- Isso significaria que o etanol PVU (base usina) teria espaço para subir.
- Mas claro, o upside para o etanol depende em como a empresa irá conduzir sua política de preços em meio a um cenário de ano de eleição e barril do petróleo em patamares acima de $100.
- Com o reajuste integral de preços, o bicombustível poderia chegar em uma paridade teórica de 21/clb em base No. 11.
- No entanto, a paridade atual ainda coloca o açúcar como produto que melhor remunera a usina.
- O preço do hidratado em um base No.11 está a 17c/lb
Simulando um mix menos açucareiro
- Caso o cenário de upside para etanol se concretize, o açúcar No. 11 teria que estar acima dos 21c para manter sua competitividade.
- Se o açúcar não conseguir reagir e atingir esse patamar, o mix de produção para a safra 22/23 começa a ficar menos açucareiro…
- Hoje estamos considerando uma safra com um mix de 46% – o que podemos chamar de max açúcar.
- Com um reajuste integral no preço da gasolina, e consequentemente uma reação positiva dos valores de etanol, quais os potenciais cenários para o mix das usinas?
- Os cenários acima não consideram um Max etanol, como visto nas safras de 2018 e 2019.
- Ao contrário destes anos, é importante lembrar que atualmente as usinas já estão mais que 60% do seu açúcar precificados e volume comprometido.
- Isto reduz a probabilidade de um shift brusco para etanol como visto nas safras 2018/19 e 2019/20 quando o mix de açúcar ficou em torno de 35%.
Alerta de Risco Político
- É importante lembrar é que não sabemos quando nem quanto será feito o reajuste.
- O encarecimento dos combustíveis é um tema chave na corrida eleitoral de 2022.
- Com isso existe um risco de os preços internacionais não serem repassados para as refinarias no momento
- Ou talvez serem repassados de forma parcial.
- Basicamente hoje a decisão do mix das usinas não depende do mercado internacional e sim de como a Petrobrás vai conduzir sua política de preços.