Pontos Principais
As chuvas chegaram às principais regiões produtoras do Brasil. Apesar dos desafios do início da safra, a perspectiva agora é otimista. Os dados iniciais da CONAB, agência agrícola do Brasil, são animadores para o milho, com potencial para um novo recorde de produção na soja.
Produção Recorde De Soja É Projetada
Apesar do início lento do plantio causado pelo atraso das chuvas, as atividades de campo ganharam força recentemente. As chuvas finalmente chegaram, melhorando as perspectivas de normalidade nas próximas semanas e apoiando as projeções da CONAB para as safras de soja e milho de verão.
A estimativa inicial para a nova safra de soja aponta para um volume recorde de 166 milhões de toneladas, marcando um aumento de 7,4% em relação à máxima anterior de 154,6 milhões de toneladas alcançada na temporada 22/23.
A nova estimativa resulta de um aumento de 2,8% na área plantada. Ela passou de 46,03 milhões de hectares (ha) na temporada passada para 47,33 milhões de ha nesta temporada. A produtividade também apresentou crescimento, agora projetada em 3.508 kg/ha, um aumento de 9,6% em comparação aos 3.302 kg/ha da temporada anterior.
O projeto de lei “Combustível do Futuro”, aprovado no início de outubro, determina um aumento gradual na mistura de biodiesel ao diesel . Junto com o alto volume de exportações brasileiras de óleo e farelo de soja e a crescente demanda por farelo na produção de proteína animal, espera-se que essa lei impulsione o consumo doméstico de 52,4 milhões de toneladas para 56,6 milhões de toneladas.
As exportações também devem atingir um recorde de 105,5 milhões de toneladas, consolidando o status do Brasil como o maior exportador do mundo.
Desafios De Preços Reduzem Área De Cultivo De Milho Safrinha
No entanto, a próxima safra de milho safrinha requer monitoramento cuidadoso. Atrasos no plantio podem surgir de secas recentes que afetam a semeadura da soja, e as lavouras também podem enfrentar maiores riscos climáticos.
Modelos sugerem que o fenômeno La Niña, previsto para afetar o Brasil a partir de meados de novembro, provavelmente terá vida curta, enfraquecendo entre fevereiro e março. Isso pode interromper as chuvas no início de abril, potencialmente impactando o desenvolvimento das plantas e reduzindo os rendimentos.
A CONAB projeta que a produção de milho aumentará em 4 milhões de toneladas, atingindo 119,74 milhões de toneladas, acima das 115,7 milhões de toneladas do ano passado. Esse crescimento é atribuído exclusivamente à melhora da produtividade, que aumentou de 5.496 kg/ha para 5.701 kg/ha, enquanto a área cultivada permaneceu estável em aproximadamente 21 milhões de ha.
Desde o fim da pandemia, os preços do milho caíram drasticamente tanto no mercado interno quanto internacional, tornando os preços atuais e projetados menos atraentes para os produtores, principalmente em comparação com culturas mais lucrativas, como a soja.
As exportações de milho estão perdendo força, com projeções de produção diminuindo de 36 milhões de toneladas neste ano-safra para 34 milhões de toneladas em 2024/25. Espera-se que essa queda seja compensada por um aumento no consumo doméstico, subindo de 84 milhões de toneladas para 87 milhões de toneladas.
O crescimento é impulsionado pelo aumento da produção de proteína animal e, principalmente, por um aumento de 17% na demanda por etanol e produção de grãos secos de destilaria (DDG) em comparação à temporada passada.
Apesar dessas projeções, é importante destacar que as culturas de verão, como a primeira safra de milho e a soja, ainda estão em fase de plantio. A segunda safra de milho (safrinha), que responde por 76% da produção total, só começa no final de dezembro nos estados do Mato Grosso e Paraná e segue até meados de março nas demais regiões.
Portanto, os cálculos de área e rendimento são baseados em pesquisas de campo e dados de mercado, com suporte substancial de modelos estatísticos.