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Os resultados das elétricas do quarto trimestre de 2021 oscilam entre queda e alta. A melhora do cenário hídrico atenuou a pressão do GSF sobre as hidrelétricas, ao mesmo tempo em que levou a uma forte queda do PLD, retirando pressão sobre as geradoras com exposição ao risco hidrológico.

Das divulgações da semana, os destaques ficam com o aumento do lucro da EDP Brasil, que deverá investir em solar enquanto ainda tenta vender hidrelétricas, e a fabricante Weg, que teve um aumento de mais de 50% no lucro de 2021, na comparação com 2022, e deve focar na internacionalização de mercados maduros no país, como eólica onshore e motores elétricos.

A PetroRio também reportou crescimento do lucro do quarto trimestre, de 32% ante igual período do ano anterior, impulsionado pelo aumento do volume e do preço de venda de petróleo. E se estamos falando das petroleiras, a produção de gás da Petrobras cresceu 5% em janeiro.

Já a Engie Brasil Energia teve lucro líquido de R$ 78 milhões 4ºT21, retração de 92,4% em comparação aos últimos três meses de 2020, e reflexo, entre outros fatores, do reconhecimento de uma baixa contábil, devido à intenção de venda da UTE Pampa Sul e da EGSD.

O grupo Neoenergia também registrou uma baixa contábil que impactou no lucro líquido, que recuou para R$ 635 milhões no 4T21, queda de 36% em relação a igual período do ano anterior. A baixa ocorreu pela reclassificação de sua participação na Norte Energia, concessionária de Belo Monte.

Ainda na movimentação das empresas, a Energisa anunciou um acordo para aquisição da Gemini Energy, concessionária de linhas de transmissão no Pará e Amapá, por R$ 822,5 milhões, mais a assunção de um endividamento líquido de R$ 1,73 bilhão.

Nem só de balanços vive o mercado, mesmo que as movimentações políticas e jurídicas também balancem os resultados das empresas.

E essa semana foi bem movimentada no contexto político, olha só:

Aneel consultará MME sobre eventual anulação de leilão de capacidade

Bolsonaro declara interesse por pequenos reatores nucleares

Eletrobras adia divulgação de balanço em meio à privatização

TCU aprova modelagem da privatização da Eletrobras

Bolsonaro publica MP sobre ajustes da Cofins no etanol

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teve decisões importantes na última reunião de diretoria. Uma inédita, e mediando o conflito entre empresas, e outra protocolar, a da aprovação do edital do leilão de transmissão, que após a consulta pública, contou com incremento de instalações e do volume de investimentos.

Já a Conta Escassez Hídrica, também no escopo de deliberações da autarquiapode aliviar a tarifa de energia de 2022 em 3,41 p.p. Para impulsionar a recuperação econômica e a redução do consumo de água na geração, uma recuperação verde, por meio da expansão da energia eólica, poderia trazer um acrescimento de US$ 8 bilhões à economia brasileira nos próximos quatros anos.