Previsão

Nossa projeção de preços de 2021/22 para o milho de Chicago (Sep/Out) permanece inalterada em uma faixa de 4,5 5 USD/bu. O preço médio desde o início da nova safra está em 5,4 USD/bu.

Comentário de Mercado

Apesar das vendas de posição em todos os mercados devido ao cenário macro, o milho teve uma semana positiva, tanto nos EUA quanto na UE, enquanto o trigo ficou basicamente inalterado. A tensão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia pesou mais do que a fraqueza macro.

O trigo puxou o milho em alta no início da semana passada, devido aos temores de uma safra de qualidade menor na Austrália devido às fortes chuvas. Tivemos então o grande “selloff” macro, mas as exportações de milho dos EUA foram melhores do que o esperado. O milho ucraniano ainda está enfrentando questões logísticas e o aumento das tensões na fronteira ucraniana levou milho a subir mais de 2% em ambas as regiões.

As vendas líquidas dos EUA chegaram a 1,43m toneladas na semana passada. Trata-se de um valor 58% maior de uma semana para cá e 40% acima da média de quatro semanas.

O milho dos EUA está 95% colhido, o que permanece acima da média de cinco anos. O milho russo está 91% colhido. O milho ucraniano está 87% colhido e está tendo rendimentos muito bons. A produção pode até superar a estimativa de 39m tonelada do mercado.

No Brasil, agora há preocupações de potenciais perdas de produtividade agrícola na primeira safra de milho, já que o escritório meteorológico local confirmou formalmente que o La Niña chegou, e o impacto será sentido entre dezembro a fevereiro.

O trigo começou a semana forte com a volta das fortes chuvas na Austrália.  No entanto, foi vendido no final da semana, influenciada pelo selloff macro devido aos receios do COVID. Finalmente fechou a semana ligeiramente positiva nos EUA e ligeiramente negativa na Europa.

O Reino Unido publicou sua primeira previsão de safra, projetando uma safra de trigo de 16,9m toneladas, alta de 2,36m toneladas ano a ano, mas ainda assim a segunda menor desde 2013/14.

A colheita de trigo da primavera russa está 97% completa. A plantação de Trigo de inverno dos EUA está 96% completo, alta de 1% em relação à média de cinco anos.  Sua condição caiu 1% para 44% de bom para excelente. O plantio de trigo francês está 95% completo e está classificado em 99% bom-a-excelente.

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Rússia aumentou seu imposto de exportação de trigo novamente para 80,8 EUR/mt a partir de primeiro de dezembro.

Nós ainda acreditamos que há dois potenciais problemas: o impacto dos preços mais altos de fertilizantes e a La Niña.

As questões de fertilizantes continuam preocupando muitos agricultores e os alarmes soaram na Argentina com muitos dependendo das importações, enquanto a produtividade agrícola já parece mais baixa.

Lembrando que tanto a Rússia quanto a China restringiram as exportações de fertilizantes e a Rússia é o maior exportador mundial.

Temos, então, o risco de La Niña, que já existe há algum tempo, mas que agora foi confirmado. Isso deve resultar em clima seco no Brasil entre dezembro e fevereiro, justamente quando a primeira safra de milho (25% da produção brasileira) vai estar acontecendo. O risco de uma produtividade agrícola mais baixa está aí, o que poderia ser ampliado se os agricultores usarem menos fertilizantes.

Podemos ter alguma volatilidade esta semana por parte da nova variante do COVID forçando fundos a reposicionar suas apostas.  A soja e o milho poderão ser atingidos se o mercado achar que a demanda por biocombustíveis será menor, mas ainda vemos um balanço apertado para o milho e o trigo, assim os preços devem permanecer com suporte. Se houver um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o preço dos grãos devem subir.

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Alberto Carmona

Alberto graduated at the University of Seville (Spain) and University of Paderborn (Germany) with a Bachelor in Economics and Business Administration and an Executive MBA from Institute San Telmo (partner school of IESE). Worked in Abengoa Bioenergy from 1999 through 2017 when I founded NixAl Commodities, an Ethanol boutique focused on market intelligence, risk management and engineering. Professional background in financial and commercial activities, promoting and financing renewable energy projects in Europe, Brownfields and Greenfields. I have been active in the international development of Bioethanol since 2001 having lived and worked in The Netherlands, Brazil and U.S., the three main markets, while leading global trading operations, risk management and lobbying.

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