Pontos Principais
O preço do milho de Chicago aumentou, pois a produção da Argentina foi revisada para baixo. O clima no Brasil é favorável, mas a Argentina enfrenta condições secas contínuas, o que representa algum risco. Após duas semanas de aumento, esperamos uma leve correção, mas uma consolidação geral, com um pequeno risco de queda.
Na semana passada, o mercado se ajustou aos novos níveis de preços após o relatório WASDE (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial) de janeiro, com o milho e a soja tendo os maiores cortes nos estoques finais, o que influenciou os preços do trigo. O clima seco na Argentina é uma preocupação crescente, com expectativas de uma revisão para baixo no próximo relatório WASDE.
Fonte: USDA
Pensando no futuro, o clima na América do Sul continua essencial. O Brasil está se saindo bem, embora algumas pequenas áreas afetadas pela seca permaneçam, enquanto o clima na Argentina continua seco, mantendo os riscos altos. Após duas semanas de aumento com base em novos cenários de oferta e demanda nos EUA e no mundo, esperamos alguma correção, além de uma consolidação geral, com risco de queda de estável a pequeno.
Não há alteração em nossa previsão para o milho de Chicago para a safra 2024/25 (setembro/agosto), que deve ter uma média de USD 4,55/bushel. O preço médio desde 1º de setembro está em USD 4,28/bushel.
O Preço do Milho de Chicago Aumenta
O milho de Chicago começou positivo na semana passada, continuando a precificar nas novas estimativas de carry do relatório WASDE de janeiro publicado na sexta-feira anterior. O mercado debateu se os preços mais altos eram justificados ou se o aumento da semana anterior tinha sido o bastante e, após algumas dúvidas no meio da semana, ele aumentou ainda mais na sexta-feira após uma revisão para baixo de 4 milhões de toneladas na produção da Argentina, fechando a semana 3% mais alto.
O milho da Euronext seguiu Chicago tanto no início quanto no fim da semana, mas uma correção no meio da semana evitou os ganhos semanais, deixando-o basicamente inalterado no fechamento de sexta-feira. O trigo espelhou o milho, fechando positivo em Chicago, mas a liquidação no meio da semana na Euronext resultou em uma semana negativa, apesar de um forte final na sexta-feira.
Vimos notícias fundamentais positivas para o milho, com as inspeções de milho dos EUA atingindo 1,4 milhões de toneladas (+64% semana a semana), bem acima das expectativas do mercado. As vendas líquidas publicadas na última quinta-feira foram fortes em 1 milhão de toneladas, e as exportações atingiram 1,4 milhões de toneladas, o maior nível do ano-safra até agora.
A BCR na Argentina reduziu sua previsão de produção de milho para 48 milhões de toneladas, abaixo dos 52 milhões de toneladas, em comparação com os 50 milhões de toneladas da BAGE (Bolsa de Grãos de Buenos Aires) e a última estimativa do relatório WASDE de 51 milhões de toneladas. O plantio de milho está 95,1% completo em comparação com 96,1% no ano passado, com 85% da safra classificada como boa ou excelente, um aumento de sete pontos semana a semana.
O relatório de janeiro da CONAB no Brasil reduziu ligeiramente sua estimativa para a produção de milho para 119,5 milhões de toneladas, abaixo dos 119,6 milhões de toneladas e acima dos 115,7 milhões de toneladas da safra passada. Isso se compara aos 127 milhões de toneladas projetados no último relatório WASDE.
O Trigo Enfrenta Dificuldades Apesar da Forte Alta do Milho
No que diz respeito ao trigo, a semana começou positiva, impulsionada em grande parte pelo milho nos EUA e na Europa, mas a Euronext não conseguiu fechar a semana no verde. O trigo do hemisfério norte continua devagar devido ao clima frio nos EUA e no norte da Europa.
A BAGE na Argentina informou o fim da colheita de trigo com 18,6 milhões de toneladas de produção.
Em termos de clima, condições frias e principalmente secas são esperadas nas regiões de cultivo dos EUA, enquanto o Brasil continuará recebendo chuvas no centro-sul. A Argentina enfrenta pouca chuva e clima quente, levantando preocupações, enquanto chuvas leves são previstas em toda a Europa, incluindo a região do Mar Negro e Ucrânia.