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Pontos Principais
O milho de Chicago alcançou USD 5/bushel na semana passada, enquanto o trigo dos EUA aumentou. O mercado continua cético em relação ao relatório WASDE decepcionante, com os preços futuros de março atingindo USD 5/bushel na sexta-feira passada. Esperamos que o relatório WASDE se ajuste à maior demanda por etanol, exportações e menor produção na Argentina e no Brasil, possivelmente em março ou abril.
Nossa previsão para o milho de Chicago para a safra 2024/25 (setembro-agosto) permanece inalterada em uma média de USD 4,55/bushel. Desde 1º de setembro, o preço médio está em USD 4,38/bushel.
O relatório WASDE de fevereiro veio abaixo das expectativas, mas o milho de Chicago continua tentando ultrapassar a marca de USD 5/bushel, embora fique aquém. Enquanto isso, o trigo dos EUA teve uma alta, enquanto os preços dos grãos europeus estão ligeiramente mais fracos.
Prevemos que o relatório WASDE precisará se ajustar para o aumento da demanda por etanol e maiores expectativas de exportação, possivelmente nas atualizações de março ou abril. Além disso, previsões de produção mais baixas para Argentina e Brasil podem levar a mais ajustes. Podemos observar alguma realização de lucro a curto prazo, mas achamos que veremos USD 5/bushel no próximo mês.
Relatório WASDE de Fevereiro Decepciona
O milho em Chicago começou positivamente na última segunda-feira, antecipando um relatório WASDE possivelmente otimista na terça-feira. No entanto, o relatório ficou aquém das expectativas, levando a uma liquidação nos preços do milho na terça-feira. Apesar do relatório WASDE decepcionante, o mercado permaneceu cético e negociou mais alto até sexta-feira, atingindo uma alta de USD 4,99/bushel, embora ainda não tenha ultrapassado a marca de USD 5/bushel.
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O relatório WASDE de fevereiro foi de certa forma um fiasco, pois o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deixou a oferta e a demanda de milho dos EUA inalteradas, apesar das expectativas de estoques menores. Os estoques mundiais foram reduzidos em 3 milhões de toneladas.
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Fonte: USDA
O USDA reduziu a produção argentina e brasileira, com a produção argentina reduzida em 1 milhão de toneladas para 50 milhões de toneladas (acreditamos que deveria estar mais perto de 48-49 milhões de toneladas) e a produção brasileira reduzida em 1 milhão de toneladas para 126 milhões de toneladas (acreditamos que deveria estar na faixa de 120 milhões). Essas foram as únicas mudanças na produção, representando uma redução um tanto discreta, o que deixa espaço para mais revisões em relatórios futuros.
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Fonte: USDA
O carry de milho dos EUA permaneceu inalterado em 1,54 bilhões de bushels, ainda não reconhecendo o que achamos ser um aumento notável na demanda de milho para etanol. Também acreditamos que há espaço para um número maior de exportação.
A única alteração feita foi um aumento de 10 centavos/bushel na previsão do preço agrícola, elevando-o para USD 4,35/bushel, possivelmente antecipando uma revisão para baixo do carry no relatório de março.
O plantio de milho na Argentina agora está completo. O BCR na Argentina reduziu sua previsão de produção novamente, diminuindo-a em 2 milhões de toneladas de sua estimativa anterior para 46 milhões de toneladas, enquanto a BAGE manteve sua previsão inalterada em 49 milhões de toneladas. Enquanto isso, a CONAB no Brasil aumentou sua previsão para 122 milhões de toneladas, acima das 119,6 milhões de toneladas anteriores e em comparação com as 126 milhões de toneladas no relatório WASDE.
As inspeções de milho dos EUA na semana passada ficaram na parte superior da faixa esperada, apoiando o mercado.
Plantio de Trigo Francês Sobe 10%
Em relação ao trigo, o ministério da agricultura francês disse que a área de trigo de inverno plantada para a safra de 2025 aumentou 10% ano a ano em relação à estimativa de dezembro. Isso deve levar a uma produção maior no ano que vem. A condição do trigo francês foi de 73% boa ou excelente versus 68% no ano passado.
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O relatório WASDE de fevereiro reduziu os estoques finais de trigo dos EUA em 4 milhões de bushels, tudo devido à maior demanda por alimentos.
Os estoques globais foram reduzidos em 1,26 milhões de toneladas, com a única alteração na produção do Brasil, que foi reduzida em irrelevantes 210 mil toneladas.
Tempo seco é esperado na Argentina esta semana. O mesmo é esperado no Brasil embora com algumas chuvas leves e benéficas também previstas.
Tempo frio é esperado novamente nos EUA, juntamente com neve no cinturão do milho e nas planícies do norte, o que manterá a produção de trigo devagar. Chuvas e tempo frio também são esperados no noroeste da Europa, enquanto o tempo seco é esperado na região do Mar Negro.