Pontos Principais

  • A breve recuperação dos grãos na semana passada durou pouco, pois as expectativas de produção aumentaram.
  • As chuvas no Brasil estão se normalizando, criando condições favoráveis de produção.
  • Os mercados de milho e de trigo estão agora bem abastecidos.

Previsão

Foi uma semana estável para o milho em todas as regiões, após uma recuperação inicial seguida por uma liquidação na sexta-feira. O trigo subiu nos EUA e caiu na Euronext. Continuamos vendo o mercado confortavelmente abastecido e com a recuperação das chuvas no Brasil, o risco de menor produção é limitado.

Os preços mantêm-se, uma vez que os agricultores do hemisfério norte mantêm os estoques e as culturas do hemisfério sul estão na fase de plantio e início da colheita, como é o caso da primeira colheita de milho do Brasil.

O panorama geral é de um mercado com oferta confortável que deverá manter a pressão descendente sobre os preços. Não há alteração em nossa previsão de milho de Chicago para a safra 23/24 (setembro/agosto), com uma média de US$ 4,15/bushel para US$ 4,4/bushel. O preço médio desde 1º de setembro está em US$ 4,71/bushel.

Mercado de Milho é Vendido à Medida que as Preocupações com a Oferta Diminuem

A semana passada começou forte com o trigo puxando o milho para cima após dados de inspeção de exportação de trigo melhores do que o esperado vindos dos EUA. Os dados mostraram um aumento de 30% nas inspeções semana a semana. Além disso, a Farm Futures relatou uma redução anual de 3% na área plantada de trigo nos EUA.

O Compromisso dos Traders (COT) da semana anterior revelou a maior venda líquida de especificação em milho desde junho de 2020, o que deveria ter adicionado força aos preços na primeira metade da semana passada. Algumas coberturas vendidas alimentaram a recuperação. 

No entanto, as fracas vendas de exportação no final da semana para todos os cereais dos EUA desencadearam a realização de lucros e o mercado foi vendido.

O clima continua a melhorar no Brasil e os temores de uma menor safra de milho estão diminuindo. O caso é semelhante na Argentina, onde a BAGE aumentou a sua previsão de produção de milho graças às últimas chuvas que melhoraram a humidade do solo e permitiram mais plantações. A nova previsão é de 56,5 milhões de toneladas, acima da projeção anterior de 55 milhões de toneladas devido a uma área plantada maior.

Tanto no Brasil quanto na Argentina, o plantio e a colheita antecipada estão à frente do ano passado. A safra de milho de verão no Brasil já está 8,6% colhida versus. 5,4% no ano passado. O plantio da Safrinha está 5% concluído, ante 0,9% no ano passado. O milho argentino está 97,2% plantado contra 94,1% no ano passado.

No entanto, a condição na Argentina caiu cinco pontos na semana, para 41% boa ou excelente, contra 46% na semana passada, de alguma forma contraditória com a revisão ascendente na produção.

Trigo da UE Pressionado pela Rússia

O boletim MARS de janeiro da UE foi publicado e, como já antecipávamos há algum tempo, o trigo sofreu com a combinação de demasiadas chuvas e geadas no norte da Europa, resultando em queimaduras no inverno. Um excedente de chuva foi observado no norte da Alemanha e na Europa Oriental. Veremos se os números da produção serão reduzidos nas próximas semanas. 

O trigo foi negociado negativamente na Euronext apesar das estimativas de produção do Reino Unido terem sido oficialmente reduzidas para 13 . 98 milhões de toneladas de íons. No entanto, esta foi uma revisão marginal de 75.000 toneladas e é irrelevante para o mercado, em nossa opinião. As exportações russas recordes pressionaram os valores europeus para baixo.

O Brasil deverá receber boas chuvas novamente pela terceira semana consecutiva, enquanto a Argentina deverá permanecer seca. Os EUA experimentarão temperaturas quentes e algumas chuvas nas áreas de trigo. O clima europeu deverá permanecer seco.

Alberto Carmona

Alberto graduated at the University of Seville (Spain) and University of Paderborn (Germany) with a Bachelor in Economics and Business Administration and an Executive MBA from Institute San Telmo (partner school of IESE). Worked in Abengoa Bioenergy from 1999 through 2017 when I founded NixAl Commodities, an Ethanol boutique focused on market intelligence, risk management and engineering. Professional background in financial and commercial activities, promoting and financing renewable energy projects in Europe, Brownfields and Greenfields. I have been active in the international development of Bioethanol since 2001 having lived and worked in The Netherlands, Brazil and U.S., the three main markets, while leading global trading operations, risk management and lobbying.

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