Semana passada, após muito vai e volta, as mudanças propostas para os impostos dos combustíveis foram aprovadas e sancionadas.

Desde 24 de junho (após a publicação no Diário Oficial), o ICMS sobre combustíveis ficou limitado a 17% ou 18% – dependendo do estado. Além disso, os impostos federais como PIS/COFINS e Cide foram zerados até 31 de dezembro deste ano.

E o preço da gasolina caiu?

Uma pesquisa informal sugere que depende. Alguns postos já passaram a redução no preço (ainda que parcialmente) enquanto outros estão mantendo mesmo patamar de antes – provavelmente esperando terminar os estoques adquiridos a um preço maior.

A razão pela qual as mudanças nos impostos foram propostas é o preço da gasolina na refinaria, que consequentemente é repassado aos consumidores. Como a política da Petrobras é seguir a paridade internacional – e de algum jeito reter a autonomia adquirida em 2016 – a outra maneira que o governo buscou tentar reduzir os preços dos combustíveis foi via redução dos tributos.

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O ICMS da gasolina em São Paulo caiu de 25 para 18%. Junto com as isenções nos impostos federais, o preço na bomba devia cair BRL1,6/litro – uma redução de 23%.

Os dados oficiais da ANP, mostrando a média dos preços de combustíveis ao redor do país, serão publicados apenas na segunda feira. E só então vamos conseguir ter uma ideia do quanto efetivamente foi repassado da queda aos consumidores.

Por que isso importa?

Uma vez que os preços da gasolina caiam, o etanol também deve cair para manter sua competitividade – usando a regra de 70% de paridade.

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Antes da redução nos impostos, o valor do etanol para uma paridade de 70% era 20,9c/lb – base No.11 e cambio de 5,2. Agora, a paridade cai para 16,8c/lb. Este é a nova resistência para preços de etanol, acima disso começa a perder espaço para gasolina.

E incidentemente, a nova resistência de preço do etanol vira o suporte teórico para preços de açúcar. Como os produtores no Brasil comparam açúcar e etanol para decidir o mix de produção, enquanto o açúcar pagar mais que o etanol a alocação de cana será para a produção do adoçante.

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Ana Zancaner

Ana graduated from Insper University Sao Paulo in 2013, with a bachelor’s degree in business administration. She joined CZ as an intern in 2013 and is now our senior analyst in our Sao Paulo office. At CZ she is responsible mainly for analysis of the Brazilian sugar and ethanol sector but supporting other consulting requests as well.

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