O preço médio dos créditos de carbono (CBIOs) do programa RenovaBio registraram um novo recorde ultrapassando BRL170 nesta terça feira (21) – um patamar 225% acima do visto em janeiro.
As distribuidoras já cumpriram mais de 50% de suas metas
Demanda por partes não obrigadas registra aumento expressivo em junho.

Distruidoras ja cumpriram 57% da Meta

Até agora, as distribuidoras já adquiriram mais de 20 mm de CBIOs, o que representa 57% de suas metas para este ano. Resta cerca de 16 mm CBIOs a serem comprados até 31 de dezembro de 2022 – incluindo o volume não cumprido de 2021.
Por enquanto, tudo indica que as distribuidoras atingirão a meta dentro do prazo.

Cotação Dispara

Em maio, o volume de CBIO negociado passou a 7,5mi – um crescimento de 54% quando comparado a abril.
E justamente em meados de maio o preço do CBIO começou a se fortalecer ainda mais, atingindo a primeira cotação recorde de 119 reais/CBIO (preço médio).
Desde então o preço não para de subir vertiginosamente.

Fechamento de segunda-feira foi de 170 BRL/cbio – um patamar 225% acima do visto no começo do ano

Acreditamos que o comportamento do preço de CBIO visto nos últimos dias possa ser explicado por alguns fatores.
As distribuidoras estão adiantando as compras do CBIO em meio uma oferta um pouco mais apertada deste ano:

O volume total de CBIO ofertado em 2022 até agora foi 13.95 mm um pouco abaixo do mesmo período ano passado com 14.89 mm.
No entanto, em 2021 a meta das distribuidoras era significativamente menor com uma diferença de 11 mm de Cbios.

Percebe-se também o aumento das emissões de CBIO do mês de maio com 2.94 mm de Cbios
O resultado se deve à maior venda de etanol por parte das usinas em meio aos preços favoráveis do bicombustível.
Entretanto, com alteração tributária a vista surgem incertezas acerca da demanda de etanol, o que pode afetar as emissões de CBIOs.
Além da insegurança política e tributária do mercado, pode adicionar a isso a incerteza do tamanho desta safra – o que impacta na oferta de Cbio para este ano.
E por último, aumento expressivo da participação no mercado da parte não obrigada

Até agora os especuladores (parte não obrigada) tiveram uma participação pífia no mercado.
No entanto, de maio até agora o volume comprado da parte não obrigada subiu 179%.
O volume ainda é baixo quando comparado ao volume total da parte obrigada, mas acreditamos que essa movimentação possa ter empurrado a média de preços para cima.

Nosso balanço até agora mostra que o saldo de CBIO deste ano já está menor do que 2021 em quase 4mi.
Adiantando uma previa para 2023, uma possível oferta reduzida combinada a uma meta maior pode resultar em um déficit estrutural no mercado de CBIOs.

Isto pode resultar em:

RenovaBio é o programa nacional brasileiro de biocombustíveis lançado em 2016
O principal instrumento do programa, em conformidade com o Acordo de Paris, é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis.
As metas nacionais serão divididas em metas individuais obrigatórias para distribuidores de combustíveis
Para cumprir sua meta, as distribuidoras de combustível precisarão adquirir certificados CBIOs na bolsa de valores
Cada CBIO emitido pelos produtores de biocombustíveis corresponde a uma tonelada de carbono que deixa de ser lançada na atmosfera.
Os produtores de biocombustíveis emitem voluntariamente os CBIOs, com base na sua nota de eficiência energético-ambiental do volume de biocombustíveis comercializado