Principais Pontos

Com o prazo do cumprimento das metas chegando, a demanda por Cbio aumentou no mês de setembro.
Com isso, o preço do ativo saiu do marasmo e alcançou a alta de 48 reais/cbio.
Mesmo com as compras aceleradas, as distribuidoras ainda precisam comprar 9 milhões de Cbios em pouco mais de 3 meses.

Balanço 2021

Para o ano de 2021, a meta exige que 24,86 mm CBIOs sejam adquiridos por 136 distribuidoras:
Até agora o total de créditos emitidos pelos produtores de biocombustíveis neste ano foi de 23 mm.
O déficit entre emissão e demanda será sanado pelo saldo remanescente de 2020.

As distribuidoras já adquiriram quase 16 mm de Cbios, o que representa 64% de suas metas.
Resta cerca de 9 mm Cbios a serem comprados até 31 de dezembro de 2021.
Segundo a ANP, alguns distribuidores já comprovaram o atendimento das metas estabelecidas para o ano.
Diante disso, tudo indica que as demais distribuidoras atingirão a meta dentro do prazo.

Até o mês de agosto o volume de negociação de Cbios e o seu preço não tiveram muitas variações.
Em média de 176 mil Cbios eram negociados por dia, longe da liquidez vista no fim do ano passado.
E assim o preço do Cbio “estacionou” entre 26 e 29 reais.
No entanto, a partir de setembro, a demanda aqueceu e o preços do Cbios romperam com a estabilidade alçando 48 reais/Cbio – alta de 77% no mês.

Apesar de circunstâncias diferentes, o comportamento das negociações de setembro de 2020 e 2021 foi similar.
Ao passo que o prazo do cumprimento das metas se aproxima, a demanda pelo Cbio aumentou.
Período também que é menos provável que aconteça algum tipo de revisão nas obrigações das distribuidoras.
Outro ponto são os grandes lotes de compra de Cbio feito pelas distribuidoras com maiores participações da meta.

Até agora, o volume de Cbios comercializados na B3 gerou um valor financeira de 548 mm reais.

Isso tudo se reverte a receita para os emissores de Cbios, ou seja, as usinas de biocombustíveis.
Com a meta ainda não cumprida, até o final do ano, os emissores podem receber em torno de 297 mm reais.
Relembrando que esta receita é caixa livre para usinas, então estas podem alocar a verba onde precisarem.

RenovaBio é o programa nacional brasileiro de biocombustíveis lançado em 2016
O principal instrumento do programa, em conformidade com o Acordo de Paris, é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis.
As metas nacionais serão divididas em metas individuais obrigatórias para distribuidores de combustíveis
Para cumprir sua meta, as distribuidoras de combustível precisarão adquirir certificados CBIOs na bolsa de valores
Cada CBIO emitido pelos produtores de biocombustíveis corresponde a uma tonelada de carbono que deixa de ser lançada na atmosfera.
Os produtores de biocombustíveis emitem voluntariamente os CBIOs, com base na sua nota de eficiência energético-ambiental do volume de biocombustíveis comercializado.