A La Niña parece cada vez mais provável para o CS Brasil, o que significa que as chuvas podem ser fracas no primeiro trimestre de 2022.
Esta é a última coisa de que o CS Brasil precisa após a seca de 2021/22.
Esse período é essencial para o desenvolvimento da cana, então chuvas fracas podem limitar qualquer potencial recuperação.

A La Niña parece cada vez mais provável para o CS Brasil

Alguns meteorologistas agora acreditam que há 87% de chance do Brasil ser atingido por um La Niña no ano que vem – dois meses atrás, esse número era de 60%.
Isso é preocupante, pois pode resultar em chuvas abaixo da média ao longo do primeiro trimestre de 22, dificultando o desenvolvimento da cana.

Nota: O desenvolvimento da cana-de-açúcar no CS Brasil tem sido historicamente prejudicado quando as chuvas caíram 20% abaixo da média.

O que isso significa para a safra de cana de 2022/23 do CS Brasil?

A produção de cana do CS Brasil foi pobre em 2021/22, pois a região foi atingida por geadas e secas.
O resultado refletiu-se na produtividade agrícola mais baixa da década, e cerca de 14% abaixo do ano anterior.

As condições climáticas desfavoráveis deste ano, juntamente com o aumento da probabilidade de um La Niña, podem acarretar em uma moagem de cana menor do que nossa estimativa atual de 540 mmt para 22/23.

Embora em outubro tenha ocorrido chuvas 55% acima da média histórica, e sim, foram benéficas para a cana, nenhuma chuva é tão importante como as do primeiro trimestre do ano.
Este é um período essencial para o desenvolvimento da cana, pois essas chuvas são responsáveis por cerca de 70% da necessidade hídrica da planta.
Portanto, se a precipitação estiver abaixo da média no primeiro trimestre de 22, o CS Brasil poderia vir a moer apenas 500 milhões de toneladas de cana em 2022/23, tornando-se o menor volume processado desde 2011/12.

Por outro lado, devemos lembrar que as previsões do tempo não são as mais confiáveis e a probabilidade de um La Niña pode diminuir.
Por esse motivo, seguimos com nossa perspectiva mais positiva de que o CS Brasil processará 540 mmt de cana em 2022/23.

Em suma, um La Niña esfria os oceanos, o que, por sua vez, afeta as chuvas e as temperaturas.
No Brasil, o fenômeno historicamente intensificou as chuvas nas regiões Norte e Nordeste e as enfraqueceu no Sul.
Já as regiões Sudeste e Centro-Oeste não apresentam um padrão característico de precipitação e temperatura.
No entanto, tendem a ter temperaturas amenas e secas.
Para contextualizar, duas La Niñas foram registradas no Brasil nos últimos dois anos; uma em 2020 e outra em 2021.
No primeiro caso, a precipitação do CS Brasil caiu 23% abaixo da média histórica.
E em 2021, acreditamos que as chuvas ficarão 28% abaixo da média histórica – de acordo com a última previsão.